20 de jul. de 2013

Medicamentos para emagrecer

Tive um médico muito bom, o Dr Antonio Américo. Brincava que ele seria o meu geriatra porque iria cuidar de mim desde agora e até quando eu estivesse bem velhinha, ele via além da doença física de seus pacientes, ele enxergava a alma de cada um. Infelizmente perdemos ele ano passado em um acidente de carro.
Mas uma coisa que o Dr Antonio me disse uma vez ficou guardada com carinho foi que, remédios são como muletas, que as vezes por um inconveniente da vida precisamos usar. Apesar de incômodo, não vai ser para sempre, é apenas até você estar forte o bastante para conseguir caminhar sozinho novamente. E então deixei de ser tão resistente e passei a aceitar os anos de dedicação e estudo de pessoas para desenvolver remédio para eu ter uma vida sem dor.

Porém ao encarar essa teoria e aceitar um remédio para ajudar a emagrecer, eu vivi uma experiência bem desagradável. Foi no primeiro semestre de 2010 que aceitei usar a tal Sibutramina, quando percebi pela primeira vez que estava engordando muito. Meu pai havia morrido em janeiro de 2009 e eu estava vivendo o pior ano da minha vida, estava pesando 70 quilos quando procurei um endocrinologista que me receitou uma dieta e perguntou se eu queria medicação, e eu rapidamente aceitei, pois definitivamente não queria ser gorda.
Fui tomando o remédio, e de fato comecei a perder peso muito rapidamente. Podia ser o meu prato favorito que eu olhava e sentia nojo da comida. Nojo mesmo, do estomago revirar e eu ter de me controlar para não vomitar no prato. Era muito fácil fazer dieta nessas condições já que qualquer cheiro de comida me causava ânsia. As pessoas começaram a notar e a comentar minha perda de peso e então eu pensava que estava valendo a pena esse efeito colateral, eu era o assunto magreza do momento no meu círculo de amizades.


O que eu não percebi a tempo é que também estava completamente irritada com tudo e todos. Comecei a ficar uma chata que brigava com tudo, implicava com tudo, enquanto na minha cabeça era o mundo que andava muito sem paciência comigo, afinal eu estava sofrendo, custava ter um pouco mais de tolerância?
Acabei brigando feio com uma menina da faculdade, se não fossem outras pessoas perto acho que eu teria partido pra cima dela com agressão física, tamanha era a raiva que eu sentia. Era como o simples fato de uma pessoa discordar de uma opinião idiota fizesse com que todos os nervos do meu corpo fervessem. Eu estava insuportável e acabei até discutindo com a amiga mais doce que eu tinha naquela época. O que foi bom porque ela me chamou para conversar e disse umas verdades que eu precisava ouvir naquele momento. Do tipo o mundo não está nem aí para o seu sofrimento, você precisa parar com isso e seguir em frente, deixar de ser a implicante que você se tornou. Uau! Eu precisava disso.
Então eu comecei a tentar controlar as coisas, mas era quase impossível. TUDO me irritava profundamente, eu queria gritar, esbravejar, arrancar os cabelos. Sentia tanta raiva de certas pessoas que tinha vontade de rasga-las com as minhas unhas (kkkkk é sério que era exatamente assim que eu sentia). Foi aí que percebi que tinha alguma coisa errada comigo.
Não descobri de cara a ligação do meu estado neurótico com o remédio, isso foi ao acaso que li algo na internet que abriu minha curiosidade, então comecei a pesquisar e descobri que a Sibutramina de fato age no seu sistema nervoso e alguns dos efeitos colaterais é a irritação e o nojo da comida. Então decidi suspender o uso dela imediatamente, porque já não me suportava mais tão nervosa. Nessa época não tinha balança em casa mas eu já havia voltado para quase 60 quilos, havia de fato emagrecido o que queria com o remédio, então pensei posso largar e manter o meu peso atual que está ótimo, né?
Engano meu. Larguei e voltei ao meu estado mental normal. Muito mais calma e paciente, sem vontade rasgar mais ninguém, sem chorar a toa. Completamente normal. Mas em poucos meses fui me pesar e descobri que estava com incríveis 75 quilos, ou seja recuperei super rápido os 10 perdidos com o remédio e de brinde levei mais 5...
Eu jamais aconselharia alguém a usar as muletas do remédio para emagrecer. Acho que é pura enganação e quando se para de usar engorda-se tudo de novo e os efeitos colaterais não valem a pena. A receita mágica é alimentação balanceada e exercício físico, qualquer caminho que saia disto será preciso me provar que é melhor para me convencer, porque hoje eu sou completamente do contra.
A segunda experiência que tive com medicamentos foi usando o Xenical. A promessa dele é de eliminar até 30% da gordura ingerida nas fezes. Não senti nenhum efeito colateral com ele, e de fato ele elimina mesmo gordura nas fezes, é visível e nojento, você percebe bolhas de óleo na água. O problema é que além de ser um medicamento caro, por mais que eu não tenha sentido ele tem efeitos colaterais, novamente você cai no círculo vicioso de perder peso baseado em uma técnica que não te ensina a receita correta, apenas alivia a sua alimentação errada, e quando você parar de utilizar você não aprendeu a comer direito e vai acabar engordando novamente. sem contar que não emagreci nada com ele.
Valeu a pena? Conte-me você a sua história porque a minha de fato não valeu. Perdi uma amiga que gostava muito devido as minhas explosões de nervos do remédio, consegui emagrecer mas recuperei tudo de novo mais 50% e depois disso nunca mais consegui levar uma dieta a sério até agora. Acabei marcando os terríveis 82 quilos na balança, o ápice da minha gordura e um colesterol de 400 que rendeu um bom puxão de orelhas do meu médico. Eu com certeza jamais repetiria a experiencia, hoje sei que para emagrecer é preciso comer menos do que se gasta, e cuidar para gastar mais do que se come. Não existe receita mágica para estar bem, é simplesmente alimentação saudável e exercício físico. Não existe mágica no mundo e com certeza o que se consegue fácil, se perde fácil.
O único medicamento que tomo atualmente é o de controle do colesterol, pois o meu último exame apesar de já ter caído pela metade do absurdo que esteve, ainda estava alterado. Meu médico decidiu tratar com Sinvastatina e tem dado certo, antes havíamos tentado com uma outra medicação mas eu não me adaptei, tinha muitos efeitos colaterais, e a sinvastatina foi tranquila, não causou nada.Me reeduquei para comer porções menores, porque antes eu comia feito peão de obra e comprovadamente deu certo pois perdi 10 quilos e estou mantendo eles sem a menor dificuldade a uns quatro meses. Eu estava correndo também, mas infelizmente agora não tenho tempo durante o dia e não acho seguro correr sozinha a noite, então estou vendo a possibilidade de me matricular em uma academia para continuar com uma atividade física pois é muito importante no processo de emagrecimento, já que minha meta é ficar abaixo dos 60 quilos e melhorar o colesterol, mantendo em um nível saudável sem depender de remédios mais. Minhas muletas no momento são a sinvastatina, prescrito por médico por uma necessidade. Mas em breve vai deixar de ser.
Não sei dizer nada a respeito de outros remédios para emagrecer, mas a minha opinião é a mesma com todos, não vale a pena porque você não está se educando. Por mais difícil que sejam os primeiros dias de uma reeducação alimentar, vai passar e você vai se adaptar para ficar saudável a vida toda, mesmo que leve alguns meses a mais do que levaria com o medicamento, é melhor demorar mais e manter pra sempre do que recuperar tudo que se perdeu na mesma velocidade. E os efeitos colaterais de uma dieta balanceada e exercícios físicos são mais saúde, disposição e um corpo mais bonito,



Beijos
Gi

Um comentário:

  1. Nunca gostei da ideia de remédios, justamente porque sempre ouvi que depois vc engorda tudo de novo, rs...
    O ideal é mesmo a reeducação alimentar, porque nem dieta resolve de fato, rs...
    Bjs - Juliana

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