Quem se lembra do filme A Corrente do Bem? A ideia principal é muito simples, e de fato mudaria o mundo. Começa com uma pessoa fazendo uma coisa para ajudar outra pessoa, tem que ser algo que a pessoa não conseguiria fazer sozinha. Cada pessoa faria isso por outras três pessoas. E como pagamento por essa ajuda cada pessoa deveria ajudar mais três, e assim por diante. Sempre achei linda a ideia do filme e de fato se todas as pessoas a colocassem em pratica o mundo seria completamente diferente. São coisas tão simples a serem feitas para melhorar o dia alheio, mas é tão mais cômodo ficar no seu próprio mundinho ignorar todo o resto a sua volta.
É bom mandar aquele sujeito ir se danar por ter te fechado no trânsito, confesso que eu falo mal mentalmente (e muito, e palavrões cabeludos) a pessoa que pisou no meu pé e nem ao menos se desculpou. O amigo com problema vira o chato, quem tem alguma dificuldade é um reclamão. Nossa que canseira daquele velho infeliz que vive falando feito um papagaio na cabeça da gente...
É muito fácil virar as costas, ignorar, fingir que não viu, a gente faz isso o tempo todo. Eu faço sem perceber... Um exemplo? Quando minha mãe vem se queixar das minhas irmãs comigo, eu fico balançando a cabeça positivamente, falo uns “aham” quando na realidade nem estou ouvindo o que ela ta dizendo... Geralmente to prestando atenção na TV... E têm mais, pessoas do meu convívio fazem comigo descaradamente, teve uma colega que simplesmente ignorou meu pedido direto de ajuda, nem me respondeu um mísero não posso ajudar... Será que pensam que eu sou idiota? E eu penso que os outros o são?
Estou há quatro meses desempregada, e isso tem me causado problemas que eu poderia escrever por dias aqui, mas não quero entrar no assunto. Desde que perdi meu emprego inúmeras pessoas tem me dito que iriam ajudar, mas até hoje nem uma entrevista eu consegui através destas ajudas... Até que na sexta feira, meu amigo codinome X me liga, dizendo que pediu outro amigo Y para apresentar meu currículo no processo de seleção da empresa em que ele trabalha. Era para eu ligar para o Y e conversar com ele. Então liguei (nunca havia conversado com o o rapaz) e fui atendida como uma boa vontade imensa, como amiga , incrível né? Na terça feira, eu recebi um telefonema da empresa chamando para a entrevista na quarta. Não quer dizer que eu vá ter o emprego, a empresa pode nem gostar do meu perfil, mas a ajuda foi prestada. Após a entrevista fui falar ao amigo Y como foi e principalmente agradecer tamanho apoio, brinquei com ele que “agora te devo uma”, e recebi a incrível resposta que não, eu não devo nada, que eu possa ajudar alguém que estiver precisando, esse era o pagamento que ele queria... UAU, a corrente do bem existe, e chegou a mim!!!
Foi tão bom receber essa ajuda, foi tão bom ser bem tratada por um estranho, foi tão bom não ter que dar nada em troca além do passe à diante... Que coisa linda! Mas se é tão bom receber, então porque não agimos assim? Porque ignoramos quem pede socorro, porque ficamos no comodismo dos braços cruzados?
Acho que o amigo Y despertou algo adormecido em mim... Nós precisamos ser úteis nesse mundo, porque do contrario a existência não terá servido de nada, estamos aqui apenas ocupando espaço. Quero seguir o passe adiante na minha vida a partir de agora, porque receber foi tão bom, que eu tenho certeza que poder fazer algo pelo outro será ainda melhor. Não quero apenas ocupar espaço no planeta, ser mais um na multidão. Quero ser útil a alguém, quero poder despertar a corrente do bem em outras pessoas e dar a minha contribuição mínima para melhorar a situação do meu próximo, para deixar algo de bom nesse mundo.
Imagina se cada um prestar ajuda a três pessoas, quantas maravilhas receberão de volta nesse mundo de bilhões de pessoas (e aumentando)? Pense nisso, acenda a luz do passe adiante no seu coração.
Gisele Paiva
30/01/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário