Quando o tempo acaba

Oiiiiiiiiiiiiiiiiii gente! Tudo bem?

Já vou avisando que hoje estou filosofando e meio melancólica, então por favor tenham paciência comigo e por favor embarquem nesse raciocínio e me contem no final se estou certa ou completamente alienada.

A alguns dias venho refletindo sobre o quanto temos tudo e não percebemos, no quanto somos felizes e inventamos problemas, na falta de valor que damos ao que temos de mais importante. Passamos a vida sofrendo pelo dinheiro que não temos, pelo carro que não compramos, pela casa que o Fulano tem melhor que a nossa, pela viagem a Paris que ainda não aconteceu, pela fofoca que Beltrano nos contou, etc. E acabamos por não ver as coisas boas das nossas vidas presentes no agora.

Imagem: Google imagens 

A dias venho tentando entender as pequenas coisas do meu dia a dia que eu tanto gosto e que em breve vão mudar drasticamente. Passei a apreciar mais o abraço carinhoso da minha mãe ao me dar bom dia e boa noite; passei a me importar menos com o Fred fazendo birra para ganhar um pedaço da minha carne na hora do almoço; passei a não levar a sério as provocações da minha irmã, porque no final ela precisa é de carinho, assim como eu. Dentre tantas outras coisas pequenas do dia a dia que eu não percebia a grandiosidade até perceber que vão se afastar de mim.

Hoje algo tocou um pouco mais forte do que as minha reflexões básicas de vida. Hoje fui ao velório e enterro de um amigo da época do colégio... É a primeira vez que enterro um amigo, e eu não tenho uma boa relação com a morte, então certamente que o sentimento é de melancolia, mas há razão em meus pensamentos...

O que mais se ouvia era o quanto o Alex era bom, o quanto o sorrido dele iluminava o dia de quem estava por perto, a falta imensa que ele iria fazer. Também presenciei vários "que pena que não o encontrei antes", "que pena que não tivemos mais uma conversa", "me arrependo por não ter feito algo por ele enquanto havia tempo", "porque eu não marquei aquela cerveja com ele?".

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É esse o nosso grande problema, pensamos que sempre haverá um amanhã e que tudo e todos são eternos... Mas não é bem assim, o amanhã sempre existirá, mas não será sempre para todo mundo. Quem esteve com o Alex até na última sexta feira compartilhou seu sorriso alegre, riu das suas bobagens, pode dar um ombro amigo se ele precisasse, um conselho talvez, combinou uma viagem... Quem magoou o Alex até na última sexta feira, quem puxou o seu tapete ou simplesmente o tratou com indiferença, não teve mais o sábado para pedir desculpas, para dizer que exagerou, para mostrar que ele era importante... E eu, que não o via pessoalmente a meses não vou poder mais fazer nada por ele, não posso mais causar aquela boa risada, não posso mais nada.

Mas ainda tenho o agora para ser gentil com todos ao meu redor. Ainda tenho o exato momento para ignorar a provocação da minha irmã e pedir a Deus que mostre o caminho certo a ela. Ainda tenho o agora para mostrar para a minha mãe o quanto a amo e me orgulho dela. Ainda tenho o agora para cuidar bem do meu marido, para curtir os carinhos simples do meu cachorro, para dar uma informação correta a quem precise e principalmente para dizer a você: O nosso tempo também está acabando, o relógio não para e não volta para ninguém, não sabemos se vamos ter o hoje a noite, o amanhã de manhã ou a semana que vem. Então seja o seu melhor possível agora, porque daqui a uma hora pode não existir mais.

Leve menos a vida a sério e sorria, abra os ouvidos para as ofensas que entrarem por um lado saírem pelo outro sem atingir seu coração, ame mais, perdoe mais, se incomode menos, aceite menos as provocações. Aproveite cada instante as pessoas que estão ao seu redor, mesmo que sejam cheias de defeitos, porque eu e você também somos assim. Ame e demonstre isso a quem puder, porque amanhã pode ser tarde de mais. Mas hoje ainda não é tarde de mais para ter um coração bom e cheio de amor.

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