5 coisas que amo e odeio na Alemanha - parte 1

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii gente! Tudo bem?

Amanhã dia 10 completam exatos três meses que eu cheguei na Alemanha, o que de verdade me da uma dorzinha chata no coração de saudades da minha família, minha casa, meus bichos, minhas coisas... Mas é claro que esse preço alto me traz por outro lado uma vida nova em um lugar distante, onde tenho de reaprender a maioria das coisas que antes eram tão naturais. O conhecimento, a vivência, a cultura e a experiência também são coisas muito legais de se ter. E principalmente estar finalmente ao lado de quem eu amo, pesa muito nessa balança da vida.

Eu nunca vou saber dizer se o preço pago (distância da minha família e amigos principalmente) é válido. Acho que todas as escolhas na vida implicam em perder algo para ganhar outro. E eu não sou uma pessoa que lida bem com as perdas. O ideal seria poder ter as partes boas de todas as coisas e poder descartar as ruins, poder trazer a minha família inteira pra viver aqui, ou transformar o Brasil em um lugar semelhante a Alemanha em questões de saúde, educação, segurança e qualidade de vida me parece perfeitos. Mas não se pode ter tudo na vida, né? Então vamos ser gratos pela parte que nos cabe e rezar para o dia de rever meus amados chegue logo.

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Como comemoração destes três meses, vou lançar para vocês um especial (virão em várias doses de cinco tópicos, porque as coisas vão aparecendo a medida que vivo mais tempo aqui) de coisas que amo e coisas que eu odeio na Alemanha. Lembrando é claro, que esta é a minha experiência pessoal. Há quem viva aqui e tenha uma percepção diferente, o que é natural. Não sou dona da razão e nada do que eu disser aqui é a verdade absoluta sobre um país, é apensa a minha forma de ver determinadas coisas.

Então vamos lá?

5 coisas que eu amo na Alemanha/Hamburgo:

1- Água quente em todas as torneiras. E quando eu falo todas, são todas mesmo, até na pia da cozinha (o que facilita muito na hora de cozinhar), banheiros sempre com água quente na pia (até mesmo os banheiros públicos como de aeroportos, escolas, academias etc). Eu sei que no Brasil existem casas com essa facilidade em seus banheiros, mas na cozinha eu particularmente nunca tinha visto. E sim, em algumas casas tem, mas não em todas, a minha por exemplo nunca teve e eu achava normal congelar a cara de manhã ao lavar o rosto.

2- O silêncio. Ou pelo menos a ausência de barulho excessivo. As pessoas conversam em tons mais baixos, ninguém grita para ninguém na rua. Os carros buzinam com menos frequência do que no Brasil, e a maioria dos motores também são mais silenciosos (salvo os carros antigos, que aqui rodam em perfeito estado de conservação, mas que mantém os motores originais e barulhentos). Até os cachorros são treinados e raramente latem... Queria ensinar isso para o Fred porque ele pensa que campainha é motivo para latir a todo pulmão, no tom mais alto que a sua gargantinha conseguir. No bairro onde moramos, ouvimos passarinhos cantando nas árvores, isso é muito agradável. Eu simplesmente odeio no Brasil aqueles rapazinhos que colocam um som no carro que faz a sua casa tremer de tão alto quando passam na rua, com músicas dos piores linguajares possíveis... Acho uma total falta de respeito ao ouvido alheio. Viva o silêncio!

3- Pontualidade. Não tem essa de marcar um compromisso para as oito e chegar as nove e meia. Compromisso aqui começa exatamente na hora marcada e é extremamente feio não chegar no horário. Atrasos geralmente não são aceitos e você provavelmente não vai ser atendido/recebido se atrasar no horário. Já ouvi dizer que em outras cidades o transporte público é diferente, mas aqui em Hamburgo funciona perfeitamente no horário. Raridade um ônibus ou metrô atrasar, e quando acontece sempre mostra no letreiro quantos minutos de atraso e a previsão de chegada... Nada parecido aos trinta, quarenta minutos que eu ficava esperando a linha 4105 que liga a minha cidade a Belo Horizonte. Isso se chama respeito com o tempo alheio, se tempo é dinheiro não devemos desperdiçar o dos outros, seja em um compromisso formal ou um encontro com um amigo.

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4- Internet rápida de verdade a um preço justo. A internet é um caso de amor a parte que eu tenho. Você clica e a página abre, não precisa esperar o vídeo carregar para ver ou ficar morrendo de raiva porque ele trava toda hora. Você contrata um plano e recebe exatamente a velocidade contratada, o que deveria ser óbvio mas que não acontecia comigo no Brasil, onde eu contratava 1 giga e recebia 100 kbps. O pacote que usamos por exemplo é de 100 giga, onde vem incluso telefone fixo com ligações ilimitadas para a Alemanha (não apenas para o mesmo DDD, é ilimitada para interestaduais fixos também) e ainda alguns canais básicos de televisão a cabo, por vinte e nove euros. Convertendo o Euro para o Real na cotação de hoje do site do Banco Central (R$3,54) temos um total de R$102,63, uma quantia menor do que eu pagava na Oi na região metropolitana de BH. Detalhe que eu pagava mais caro que isso por um porcento dessa velocidade, que na verdade nunca passou dos 100 kbps e um telefone fixo com chamada ilimitada para o mesmo prefixo. O quanto somos explorados no Brasil me entristece, somos um país tão grande e com tantas riquezas, que infelizmente são concentradas no bolso dos políticos enquanto a população se mata de trabalhar para ter uma miséria, os impostos nos consome.

5- Qualidade de vida dos idosos. Eu fico de queixo caído com os idosos alemães, é incrível a disposição que esse povo tem para certas coisas. Primeiro que eles saem para todos os cantos, até aqueles que poderíamos julgar fraquinhos, se seguram em carrinhos de apoio como os da foto abaixo e vão para a rua. Nunca subestime um idoso em uma bicicleta aqui, eles sempre me passam e me deixam "comendo poeira" o tempo todo porque o preparo e a resistência física estão muito melhores que os meus. Academia de ginástica também é lotada de idosos, estão lá fazendo musculação, ioga, pilates, cursos para melhorar a respiração... Basta ter um evento que os idosos estão lá dando um banho em sedentários como eu. É um orgulho e um modelo a seguir.

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 5 coisas que eu odeio na Alemanha

1- Fumantes alemães. Ah! Essa aqui eu vou parecer exagerada mas não é o caso. E já me desculpo por antecipação com quem fuma mas, eu odeio cigarro, odeio o mal cheiro do cigarro, odeio a sujeira que o fumante faz no chão com os restos do seu cigarro, odeio o mal cheiro do cigarro alheio que impregna no meu cabelo... Sou muito radical, me desculpe mesmo quem discorda mas eu simplesmente odeio, odeio odeio cigarro!!! E claro que eu tenho familiares fumantes, o que certamente contribuído para essa posição intolerante que tenho, que se acentuou quando meu pai faleceu por um infarto fulminante por fumar demais.
Feita a minha cena de terror total pelo cigarro, vim descobrir aqui em Hamburgo que eu odeio cem vezes mais tudo isso, porque os fumantes alemães que tive contato são completamente sem noção e educação. Primeiro que, quando acendem o maldito cigarrão (em uma festa de rua, por exemplo) dane-se você que não fuma porque a fumacinha dele vai ir toda na sua cara. Está incomodado? Arranque o seu nariz porque eles não vão nem mesmo tentar desviar a fumaça de você (ódio vezes mil porque no Brasil pelo menos o povo tinha "simancol" e não deixava tudo na sua cara). Me parece que o número de fumantes aqui é muito maior do que no Brasil, o que é lamentável já que todo mundo sabe que cigarro não tem benefício nenhum para nada e ainda faz um mal imenso para a saúde. A quantidade de jovens fumando é entristecedora, em teoria essa geração é mais bem informada que as anteriores e deveriam evitar algo que só faz mal, mas não evitam. E por fim, tudo que se tem de limpo nas ruas aqui é controverso quando se trata do assunto cigarro, porque é claro que fumante é igual em todos os lugares do mundo, e nada melhor do que o chão para jogar o resto do seu cigarro. Uma lástima.

2- A água tratada com calcário. Eu era feliz com a nossa água tratada com cloro e não sabia, não estou questionando a purificação bem feita da água, você pode beber água da torneira se quiser, mas ainda assim sinto falta da água de BH. Eu detesto a água daqui, a começar por eu sentir (juro que sinto) um saborzinho desagradável nela, que nojo! E o principal fator causador de desgosto é esse calcário que é muito nojento... Ele sempre deixa uma "borrinha" estranha na torneira, mancha o azulejo do banheiro e eu levei semanas para entender que o que eu pensava ser gordura boiando no meu chá porque a xícara foi mal lavada se tratava do maldito calcário. Até o meu cabelo reclama e fica pesado. Eu prefiro a água da Copasa.

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3- Curso de alemão em alemão. Esse sem brincadeira é coisa de louco. Eu já chorei, já pensei em desistir e nas duas primeiras semanas me sentia completamente burra todos os dias nas aulas de alemão. Eu simplesmente não entendia uma palavra que a professora falava, logo ficava impossível de entender a lógica alemã (que pra mim não tem lógica). Ir para a aula se tornou um fardo difícil de segurar, me sentia um boi a caminho do matadouro. Aí liguei o fod@s e tentei levar a coisa mais ao meu jeito e de certa forma deu certo (é claro que com o tempo a gente vai aprendendo uma coisinha ou outra e começa a entender um pouquinho). Ainda me sinto burra e ainda não entendo a maior parte das coisas que a professora fala, mas o choque inicial passou e aprendi a respeitar o meu tempo de aprendizagem. O que julgo mais complexo é a forma que o cronograma deles é feito, poderia ser menos traumático se começasse mais devagar. O curso é completamente voltado para gramática e um estrangeiro que nunca teve contato com a língua de início deveria ter o aprendizado direcionado para vocabulário para posteriormente conseguir entender a gramática. Mas quem sou eu para achar alguma coisa, né?

4- Chuva mais frequente do que em BH. Aqui chove muito se comparado com Belo Horizonte, e eu sinceramente detesto ficar com o sapato molhado, com a barra da calça molhada, com o cabelo ridículo porque molhou... E para completar Hamburgo tem muito vento, então mesmo que uma chuva fina misturada a um ventinho cortante é capas de te deixar congelado. Ainda mais nós, pobres mortais acostumados a temperaturas na casa dos 30 graus. Mas o que mais me faz triste é a porcaria do cabelo que enche de friz quando chove. Saudades de passar meses sem ver chuva, aqui chove todos os meses, mesmo que por poucos dias.

5- Luz no banheiro. Coisa mais esquisita é a iluminação típica dos banheiros aqui, a começar que o acendedor fica do lado de fora do banheiro, pode isso? E a lâmpada não fica no teto, centralizada e iluminando por igual como as nossas, elas ficam geralmente em cima do armário da pia, ou até mesmo mais perto do teto, mas fixadas na parede. Eu, meio ceguinha que sou (não é piada, enxergo apensa 20% do olho esquerdo) sofro de mais, porque necessito de luzes brancas e o mais forte possíveis para clarear bem o ambiente. Fica a sensação de estar enxergando pior do que de costume. É muito estranho!

Então esta foi a primeira remessa de amo e odeio na Alemanha. Você que vive aqui tem a percepção diferente de algum tópico que abordei? Se tiver conta pra gente aqui nos comentários. E você que não vive aqui, já viu alguma coisa semelhante em algum outro lugar do mundo? Me achou meio exagerada em algum ponto? Não deixe de comentar para enriquecer o nosso post. Indique também o blog para aquele (a) amigo (a) que se identificaria com essa situação, vamos espalhar as risadas. Não se esqueça de clicar em seguir esse blog para receber sempre em primeira mão as novidades.